domingo, 25 de maio de 2008

Ana Gomes desafia governo


Voos da CIA: Ana Gomes desafia governo a divulgar registos
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Ana Gomes desafiou o governo a divulgar os registos que comprovem que os voos da CIA que passaram por Portugal não se destinavam ao transporte de prisioneiros. A eurodeputada socialista respondia ao ministro da Presidência, Pedro Silva Pereira, que afirmou que o governo português "não tem nada a esconder ou temer" sobre os voos da CIA para Guantánamo, e que sempre prestou todas as informações solicitadas sobre o assunto.
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A questão dos voos da CIA voltou à tona depois que o Jornal de Notícias divulgou uma lista, remetida ao deputado do PCP Jorge Machado pelo Ministério das Obras Públicas, que confirma que de, Julho de 2005 até Dezembro de 2007, passaram por Portugal 56 voos que tinham como origem ou destino a base de Guantánamo, em Cuba. Quatro desses voos fizeram escala na Base das Lajes ou em Santa Maria, nos Açores.
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"Se o Governo autorizou estes voos, mesmo depois das recomendações do Parlamento Europeu e do Conselho da Europa, no mínimo tem de dar garantias de que não envolviam o transporte de prisioneiros", disse à agência Lusa Ana Gomes, de Berlim.
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Ana Gomes recordou que o Parlamento e o Conselho europeus recomendaram, em Fevereiro de 2007, aos governos para que tivessem "a obrigação positiva de impedir activamente a colaboração de voos com prisioneiros torturados". O último dos voos da lista agora divulgada é de Dezembro daquele ano.
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Por seu lado, o eurodeputado Carlos Coelho, do PSD, pediu ao governo que esclareça, a propósito dos voos da CIA, se foram tomadas medidas para reforçar o controlo do espaço aéreo português e o acesso aos aeroportos.
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O relator do inquérito aberto pelo Parlamento Europeu aos voos da CIA por território europeu recordou que o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Freitas do Amaral informou, por escrito, o Parlamento de que seria reforçado o controlo do espaço aéreo português e as facilidades aeroportuárias.
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"Não me parece que tenha havido mais controlo", disse Carlos Coelho. "Seria bom saber as medidas que foram ou não tomadas no sentido de reforçar o espaço aéreo português e o acesso às facilidades aeroportuárias.
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Uma fonte da Procuradoria-geral da República disse à agência Lusa que a conclusão do inquérito aos voos da CIA não é ainda possível de prever com rigor porque surgiram «novas e morosas diligências» após o relatório da organização não-governamental britânica REPRIEVE. (Esquerda.net)

1 comentário:

Anónimo disse...

Há mulheres e mulheres! Esta, por quem tenho uma estima pessoal, só espero que nunca apanhe um cessna...